A temporada regular acabou neste domingo e não há tempo para descanso. 10 equipes continuam vivas na disputa pela World Series de 2014 e nesta terça-feira o confronto pelo Wild Card da American League em jogo único definirá quem se manterá na competição e quem estará eliminado. De um lado, os A’s, que apostaram alto em trocas no decorrer da temporada e vão para o tudo ou nada. Do outro, os Royals, que encerraram um jejum que perdurava desde 1985 sem uma aparição nos playoffs.
Pensando nesse duelo, montamos uma prévia, analisando cada setor dos dois times.
OAKLAND ATHLETICS
– Starter: Jon Lester é um excelente nome para se ter no montinho numa situação destas. O arremessador canhoto vem de sua melhor temporada desde 2010, quando terminou em 4º lugar na votação para Cy Young. Desde que chegou aos A’s, no final de julho, acumulou um ótimo ERA de 2.35. O jogador participou de 13 partidas de pós-temporada em sua carreira, com direito a cinco jogos na campanha dos Red Sox rumo ao título em 2013. Não há razão para acreditar que ele sentirá a pressão do momento.
– Lineup: O preço para se ter um pitcher do nível de Lester iniciando a partida foi enviar Yoenis Cespedes para os Red Sox. E sua perda refletiu diretamente no desempenho da equipe, que teve dificuldades para anotar corridas na segunda parte da temporada. Ainda assim, não podemos descartar a dinamicidade do Josh Donaldson, principal rebatedor da franquia, que é capaz de mudar o jogo tanto ofensiva quanto defensivamente. Brandon Moss caiu de produção nas últimas semanas, mas forma com Adam Dunn uma das duplas de maior potência dos playoffs, capazes de bater home runs em qualquer momento. Josh Reddick e uma possível participação de Derek Norris podem render aos A’s bons frutos no ataque.
– Bullpen: Sean Doolittle saiu de lugar nenhum e se estabeleceu como closer dos A’s em 2014. Luke Gregerson e Dan Otero fizeram boa parte do trabalho pesado durante a temporada regular, acumulando juntos 155 entradas arremessadas e um ERA abaixo de 2.30. Para completar o corpo de relievers, Eric O’Flaherty e Fernando Abad são verdadeiras armas contra canhotos. O bullpen de Oakland é bastante balanceado e, se bem manejado, pode ser uma peça fundamental no final da partida.
KANSAS CITY ROYALS
– Starter: Se os A’s estão bem representados no montinho, os Royals não ficam muito atrás. “Big Game” James não recebeu esse apelido à toa: Shields ganhou a fama de render melhor sobre pressão. Entretanto, apesar de uma temporada digna de um ace, seu histórico nos playoffs não é tão animador. Um ERA de 4.98 não é nada agradável, mesmo que numa amostragem pequena de apenas 34 entradas arremessadas. Shields terá que provar que pode suceder também na pós-temporada.
– Lineup: Alex Gordon foi um dos melhores jogadores da liga em 2014 e será fundamental para a equipe num momento importante, seja com sua participação no bastão ou sua capacidade de jogar no Left Field. Salvador Perez é um dos melhores catchers defensivos da liga e ainda conta com potência no bastão. Lorenzo Cain fez um trabalho espetacular no Center Field dos Royals, unindo velocidade, ataque e defesa. Alcides Escobar e Jarrod Dyson são verdadeiras ameaças em base, além de possuírem uma excelente capacidade defensiva. O balanceamento da lineup pode ser um fator fundamental no confronto diante de um arremessador do calibre de Jon Lester.
– Bullpen: Não há como falar de bullpen e não pensar do trabalho coletivo dos Royals. Relievers costumam ser inconsistentes ao longo de suas carreiras, mas Greg Holland tem mostrado temporada após temporada que é um closer de elite. Não fosse suficiente, a 8ª entrada também vai muito bem, obrigado. Wade Davis teve um ERA ridículo de 1.00 durante seis meses e não cedeu um home run sequer nas 72 entradas que arremessou. Pelo 7º inning, Kelvin Herrera e seus foguetes também deram conta do recado, e um ERA de 1.41 não é nada mau.
Se o Royals conseguirem uma vantagem após seis entradas, estarão numa posição muito confortável no confronto.
PREVISÃO
O jogo promete ser muito equilibrado. Dois excelentes arremessadores darão início ao confronto e os bullpens fazem um ótimo trabalho limitando corridas. O ataque dos Royals é mais completo e extremamente veloz (líder em bases roubadas em 2014), e esse pode ser o caminho das pedras para pressionar a defesa dos Athletics.
Entretanto, após tanto tempo sem chegar aos playoffs, é bem possível que Kansas City sinta a pressão, ainda mais jogando em casa. Os A’s não estão em boa fase, mas são ligeiramente favoritos.
Palpite: 4×2 A’s.